domingo, 25 de novembro de 2012

Corinthians busca empate com o Santos no Pacaembu


Corinthians saiu atrás, mas Wallace fez o gol de empate contra o Santos de André
Corinthians e Santos entraram em campo desfalcados neste sábado, no Pacaembu. O técnico Tite não escalou os jogadores da equipe que participaram do Superclássico das Américas, na última quarta-feira. Já o Santos não contou com a sua principal estrela, Neymar, que recebeu o terceiro cartão amarelo na última rodada.

 Diante disso, os rivais fizeram um jogo disputado, longe de ser brilhante tecnicamente, que terminou empatado em 1 a 1. Felipe Anderson abriu o placar para os santistas no primeiro tempo, e o zagueiro Wallace, de cabeça, deixou tudo igual na segunda etapa.

O confronto foi o penúltimo teste do Corinthians antes do Mundial de Clubes da Fifa. A equipe alvinegra, agora, enfrenta o São Paulo na última rodada do Nacional, novamente no Pacaembu, encerrando a sua preparação para a competição no Japão. Já o Santos se despede do Campeonato Brasileiro diante do rebaixado Palmeiras, na Vila Belmiro. Depois do empate, o Corinthians soma 57 pontos na tabela, na quinta posição. O Santos tem 50, em nono.


O Corinthians preparou uma grande festa para o clássico. O Pacaembu foi decorado com diversas referências à cultura do Japão, onde será disputado o Mundial de Clubes em dezembro, e virou palco de homenagens para Emerson Sheik (eleito o melhor jogador da última Copa Libertadores da América) e para alguns dos campeões mundiais de 2000.


O jogo

Era difícil para o Corinthians se concentrar exclusivamente no clássico contra o Santos. Antes de a partida começar, houve até uma apresentação de taiko (tambores japoneses) para os torcedores se ambientarem ao Mundial de Clubes do Japão. Nas arquibancadas do Pacaembu, diversas faixas e bandeiras também faziam referência ao país asiático a duas rodadas do término do Campeonato Brasileiro.

Já o técnico Tite usava justamente o Mundial para se dizer focado no Corinthians, e não na vaga de emprego aberta na seleção brasileira a partir da demissão de Mano Menezes. Ele ouviu gritos de “fica” e uma série de perguntas sobre o assunto quando subiu no gramado. Minutos antes, o atacante Emerson recebeu o prêmio por ter sido o melhor jogador da última Copa Libertadores da América.

Apesar das inúmeras distrações, o Corinthians foi melhor nos primeiros minutos de jogo contra o Santos. O meia Danilo, que não costuma aparecer muito para a torcida, empolgou o público que ainda comemorava o rebaixamento do rival Palmeiras à Série B com fintas de um lado a outro do campo. Romarinho e Emerson, com velocidade, reforçaram o perigo à defesa adversária.

Aos seis minutos, o Corinthians teve a sua primeira grande oportunidade de abrir o placar. O volante Edenílson se inspirou no poupado Paulinho para desarmar Felipe Anderson, carregar a bola com categoria para o ataque e fazer ótimo lançamento para Guerrero. O centroavante peruano teve calma para concluir, porém acertou o lado de fora da rede.

Com o passar do tempo, o Santos controlou o ímpeto inicial do Corinthians. A equipe visitante começou a se acertar à medida que o meio-campista Arouca discutia bastante com Paulo André e Emerson. Por sua vez, Muricy Ramalho gritava ainda mais com o jovem Victor Andrade, que não respeitava a função atribuída pelo treinador – embora Patito Rodríguez errasse tanto quanto.

Aos 35 minutos, Arouca, Muricy, Victor Andrade, Patito e todos os outros santistas berraram juntos no Pacaembu – mas de alegria. Felipe Anderson partiu para cima da marcação de Guilherme Andrade, tabelou com André e chutou no contrapé de Cássio para estufar a rede. De imediato, a torcida do Corinthians recobrou a cantoria do princípio da partida para acordar a sua equipe.

A disposição do Corinthians também ficou ainda maior. Emerson e seus companheiros, por exemplo, recusaram-se a devolver a bola para o Santos após o goleiro Rafael chutar para fora para receber atendimento médico. A falta de fair play do Sheik, que havia abraçado Muricy Ramalho e alguns reservas do Santos à beira do campo minutos antes, serviu para irritar Arouca novamente.

No intervalo, no entanto, a torcida do Corinthians voltou a esquecer o clássico. Era o momento de provocar os santistas com gritos de “7 a 1” e de campeão da última Libertadores. Também foi a hora de reverenciar alguns dos jogadores que ganharam o título mundial de 2000 pelo clube. Com os desafetos Marcelinho e Ricardinho lado a lado, eles desfilaram ao redor do Pacaembu ao som de (outra vez) tambores japoneses.

Sem fazer alterações para o início do segundo tempo, Tite esperava que Emerson e Guerrero adquirissem um entrosamento tão bom quanto já foi o de Marcelinho e Ricardinho. A dupla de atacantes jamais atuara junta antes deste fim de semana. Para os jogadores do Santos, que nem se lembravam mais da ausência do astro Neymar, a ordem de Muricy Ramalho era manter a consistência da primeira etapa.

Aos oito minutos, Emerson teve uma grande oportunidade de deixar os santistas um pouco mais preocupados. Guilherme Andrade fez bom cruzamento da esquerda, e o Sheik ficou livre de marcação depois da descoordenada linha de impedimento rival. Mas isolou a bola. Passado o erro, Tite não aguardou mais para trocar o volante (mal) improvisado Anderson Polga por Guilherme.

Como o Corinthians não deu sinais de melhora significativa – a não ser por um drible de efeito de Edenílson, que colocou a bola entre as pernas de seu marcador –, alguns torcedores começaram a cobrar a entrada também de Jorge Henrique. Tite atendeu, e o atacante substituiu Guilherme Andrade aos 29 minutos. Pouco antes, Muricy havia reforçado o sistema defensivo do Santos com Adriano no lugar de Patito.

A torcida estava certa ao pedir Jorge Henrique. Foi o atacante quem cobrou a falta, aos 34 minutos, que culminou no muito comemorado gol de cabeça de Wallace. Em seguida, ele se virou para a arquibancada, sorriu e abraçou Tite. O gol fez o Corinthians e principalmente seus torcedores redobrarem a pressão sobre o Santos. Com Gerson Magrão na vaga de Felipe Anderson, Muricy Ramalho conteve a empolgação do rival e segurou um empate que não desagradou a ninguém.


Fonte: ESPN