sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Paraná colhe frutos da sua política industrial, afirma Richa


O governador Beto Richa afirmou nesta quinta-feira (20), na inauguração da primeira biorrefinaria de processamento de milho da Cargill no Brasil, em Castro, nos Campos Gerais, que o Paraná colhe os frutos de uma política industrial criteriosa e planejada. “Esse empreendimento foi um dos primeiros negociados pelo governo estadual, ainda em 2011. Hoje já temos confirmados R$ 30 bilhões em investimentos apoiados pelo programa Paraná Competitivo, com potencial para criar 150 mil empregos”, disse ele. O agronegócio é o setor mais incentivado com o programa Paraná Competitivo, com cerca de 30% das negociações.

Richa ressaltou o desempenho da economia paranaense. Em 2013, o PIB do Paraná cresceu 4,8%, o dobro do crescimento do PIB nacional. O Ministério do Trabalho apontou Paraná como o terceiro maior criador de empregos no Brasil em 2013 e que, conforme o IBGE, o Estado foi o que registrou o maior crescimento industrial no ano passado. “Vivemos um momento histórico, com grandes investimentos industriais e criação de milhares de novos empregos em todos os setores. Hoje, o Paraná é administrado com respeito, diálogo, segurança jurídica e com investimentos em infraestrutura”, afirmou o governador.

Ele disse que a instalação da Cargill em Castro é resultado do esforço de industrializar o Paraná, principalmente o interior. “Me sinto realizado com a inauguração desta grande indústria, que é uma das mais conceituadas do mundo. Depois de muitas rodadas de negociação, o empreendimento se torna realidade, beneficiando o Paraná e em especial Castro e os Campos Gerais”, afirmou o governador na solenidade, junto com o presidente mundial da Cargill, David MacLennan; o presidente da Cargill no Brasil, Luiz Pretti, e na presença da embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde, e do cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Dennis Hankins.

“A região dos Campos Gerais é uma das mais beneficiadas pelo processo de industrialização. A Cargill é uma das mais conceituadas indústrias processadoras do mundo que agrega valor a produção paranaense. A decisão da empresa de ficar no Paraná foi acertada”, afirmou.

BOA LOGÍSTICA – O presidente mundial da Cargill, David MacLennan, disse que o setor de amidos e adoçantes é um dos maiores negócios da empresa. “A unidade de Castro é o maior investimento mundial da Cargill atualmente”, afirmou. Ele fez um histórico da empresa no Paraná nos municípios de Cascavel, Ponta Grossa, São Miguel do Iguaçu e agora Castro. “Estamos comprometidos em alimentar o mundo de forma segura e responsável, além de proteger o meio ambiente. Castro é exemplo de como o trabalho conjunto, entre governo, iniciativa privada e população, pode criar desenvolvimento social, negócios e empregos”, disse.

O presidente da Cargill no Brasil, Luiz Pretti, afirmou que a expectativa é que mais de quatro empresas se instalem na região para atuar em conjunto com a multinacional norte-americana. “Além do apoio do Governo Estadual, a escolha de Castro levou em consideração a boa logística, disponibilidade de matéria prima, mão de obra qualificada e proximidade com o mercado consumidor”, afirmou ele.

Pretti disse que a Cargill investe no desenvolvimento social da população da cidade e que a empresa trouxe para a região o que existe de mais moderno em tecnologia no mundo. Para operar com 100% da capacidade, a indústria irá comprar 500 mil toneladas de milho por ano de produtores. “Paraná tem condições de suprir toda a capacidade”, afirmou.

Até há alguns anos atrás, o município de Castro era um dos maiores produtores agrícolas, mas que carecia de industrialização. Essa é a avaliação do prefeito Reinaldo Cardozo. “Temos o maior PIB agropecuário do Paraná, no entanto, nos faltava uma industrialização eficiente. A Cargill mudou esse conceito fazendo com que nossa produção tenha valor agregado”, afirmou ele. O prefeito agradeceu o apoio do governo estadual para a instalação da empresa e pelo investimento, de R$ 80 milhões, da Compagas que levará gás natural às áreas industriais da cidade. “Com certeza, se não fosse a política do estado não seria possível essa inauguração”, avaliou.

CAPACIDADE DE MOAGEM – O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, comentou os impactos que a nova unidade da Cargill traz para a região dos Campos Gerais. “Uma grande estrutura que trará estabilidade e segurança ao mercado e aos produtores”, disse.

A nova unidade da Cargill é uma das maiores da empresa em todo o mundo e representará um aumento de 30% na capacidade de moagem de milho para a América do Sul. O foco será a produção de soluções em amidos e adoçantes para atender o uso industrial em produtos lácteos, balas, confeitos, bebidas, pães, nutrição animal e na indústria de papel e papelão. A Cargill está no País desde 1965 e iniciou sua história no Paraná em 1969, em Jacarezinho.

OUTROS INVESTIMENTOS – O secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, diz que a biorrefinaria da Cargill ocupa apenas 2,5 dos 352 hectares do terreno em Castro. “O restante da área será utilizada por empresas satélites que vão aproveitar a matéria-prima processado pela fábrica. O complexo em Castro é semelhante a unidade que opera na cidade de Blair, no estado norte-americano do Nebraska”, explicou.

A alemã Evonik já está construindo uma unidade no local para produção de aminoácido utilizado na nutrição animal. O investimento é de R$ 250 milhões e também conta com o apoio do Paraná Competitivo. A vinda de empresas satélites pode elevar o investimento para até R$ 1,2 bilhão.

Participaram da inauguração os deputados federais Luiz Carlos Hauly, Osmar Serraglio, Sandro Alex, André Vargas, Vanderlei Siraque e o deputado estadual Plauto Miró.

INÍCIO DA COLHEITA DA SAFRA DE MILHO 

A colheita da safra de milho 2013/2014, estimada em 15,7 milhões de toneladas, já começou. Nesta quinta-feira (20), o governador Beto Richa participou, em Castro, do encontro que marcou o início da colheita. A cada ano há duas safras: a primeira, que começa agora, e a segunda, chamada de safrinha, que tem uma colheita bem maior e cujo plantio começa nesta época do ano.

O secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, explicou que a safra desse ano foi um pouco prejudicada pelas altas temperaturas registradas nas últimas três semanas. “Somos líderes nacionais na produção de milho. Neste ano, apesar das dificuldades, ainda teremos uma boa colheita”, avaliou o secretário.

O milho safrinha responde por quase dois terços do total a ser produzido no Estado (10 milhões de toneladas, do total de 15,7 milhões). A primeira safra, que começa a ser colhida agora, tem uma área plantada de 670 mil hectares e uma produção prevista de 5,7 milhões de toneladas.

O Paraná é o segundo maior produtor nacional de milho, atrás apenas do Mato Grosso. A região de Ponta Grossa responde por 20% da produção paranaense. Castro é o maior produtor de milho na região.

Fonte: Fabio Campana