No primeiro tempo, o Internacional tomou a maior iniciativa, mas sentiu muito a ausência de um armador no meio-campo. Forlán, vendo pouca movimentação de seus companheiros no setor, tinha dificuldades para distribuir os passes. O uruguaio tinha que usar as suas jogadas individuais, que pouco surtiram efeito. Leandro Damião e Rafael Moura estavam isolados no ataque colorado.
Enquanto isso, a Portuguesa se preocupava em se defender para, então, tentar aproveitar os erros adversários e partir com a velocidade de Ananias e Bruno Mineiro, algo que não aconteceu. Com isto, a Lusa apostou nas laterais do campo, especialmente na esquerda, onde Marcelo Cordeiro, que demonstrou estar sem pontaria nos seus inúmeros cruzamentos, era muito acionado.
O baixo público no Canindé teve apenas uma emoção durante os primeiros 45 minutos. Aos 20, Kléber, livre de marcação, recebeu passe no meio da área, limpou o zagueiro e chutou. Dida espalmou e, depois de muita confusão, Leandro Damião ficou com o rebote e carimbou a trave lusitana, lance que fez os paulistas se cobrarem por mais atenção.
Na saída de campo, o zagueiro rubro-verde Gustavo revelou a postura da Lusa na etapa complementar. "O Internacional é uma grande equipe. O ataque deles é forte, mas nós vamos tentar ganhar na velocidade e aproveitar os detalhes no segundo tempo. Mas a nossa defesa está bem postada, evitando as situações de gols adversários", analisou o atleta.
Querendo mais apoio no seu setor ofensivo, o técnico Fernandão alterou o esquema tático para o 3-5-2, promovendo a entrada do zagueiro Juan no lugar de Elton. Com isto, Nei e Kléber ganharam mais liberdade para subir. E foi desta forma que Nei saiu na cara do gol logo aos 15 minutos, mas, sem ângulo, o jogador chutou fraco nas mãos de Dida. Já os lusitanos continuaram insistindo em Marcelo Cordeiro, responsável por quase todas as jogadas de bola parada. Em uma delas, o jogador arriscou e mandou direto para o gol. O goleiro Muriel, que foi surpreendido, conseguiu se esticar e mandar a bola para escanteio, evitando o primeiro gol no Canindé na primeira boa chegada dos mandantes.
Fernandão enxergou a necessidade de dar mais mobilidade ao seu meio-campo. Com isto, o treinador colocou Fred no lugar do apagado Rafael Moura. O jovem passou a ser muito acionado, ficando sobrecarregado. Fred errava muitos passes e não conseguia ligar as jogadas para Forlán, que, agora na área adversária, continuava ineficiente.
Quando o relógio marcava 30 minutos, Leandro Damião foi derrubado próximo ao escanteio da esquerda e o árbitro assinalou falta. Na cobrança, Kléber mandou a bola para o meio da área, onde Juan subiu mais do que todos e testou firme para o fundo das redes de Dida, seu ex-companheiro de Seleção Brasileira, abrindo o placar no Canindé.
No entanto, mal deu tempo para comemorar: seis minutos depois, Diego Viana foi derrubado por Índio na grande área e o árbitro assinalou penalidade máxima, gerando muitas reclamações por parte dos colorados, que não viram a infração. Na cobrança, Marcelo Cordeiro bateu alto no meio do gol de Muriel, que caiu para a direita.
Depois deste tento, a partida ficou em aberto, mas as redes não foram mais balançadas. O empate foi ruim para as duas equipes. No próximo sábado, às 21 horas (de Brasília), a Portuguesa tenta se consolidar na parte de cima da tabela contra a Ponte Preta, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP). Um dia depois, o Internacional tem confronto direto por uma vaga no G4 do Nacional justamente contra o seu maior rival, o Grêmio. Este clássico está marcado para as 16 horas, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS).